Dia desses a Manu disse no Twitter que queria participar de um projeto fotográfico, mas não sabia qual e como isso ia acontecer. Depois de algumas replies com ideias aleatórias o 3 on 30 nasceu. O objetivo é postar 3 fotos com um tema definido, como um resumo de tudo o que aconteceu durante o mês com relação ao tema. O tema desse mês é desafio.
O tema da minha dissertação (que ainda não tem pergunta de pesquisa definida, PÂNICO) envolve mulheres em situação de prisão. Isso implica fazer visitas periódicas na prisão, ler sobre prisão e escrever sobre prisão. Acredito que o ato de pesquisa em si já é uma atividade pesada, mas tudo o que envolve violência contra a mulher me toca de um jeito muito pesado. Meu grande desafio é aprender a digerir isso tudo. E lidar com o ambiente acadêmico, que as vezes me parece mais inóspito do que a prisão que eu visitei.
Consegui tirar uns dias de férias ("""férias""") e fui visitar a minha avó. A casa dela é sempre uma loucura pra mim, que passo a maior parte do tempo sozinha e sou uma grande apreciadora do silêncio. Sempre tem pessoas, e visitas, e gritos e música e orações (muitas orações, muita missa, muito terço). Tudo isso me faz querer entrar dentro de um buraco e viver lá pra sempre. Tenho a impressão de que grande parte das pessoas associa a solidão à tristeza e a convivência com muitas pessoas à alegria. Minha associação é invertida. Ficar no meio de um monte de gente que fala muita coisa - e que espera muitas respostas - me deixa melancólica. E por alguma razão eu acho que essa foto capturou meu sentimento muito bem.
Um céu perfeito, com a quantidade perfeita de nuvens e a quantidade perfeita de sol. Uma leve brisa refrescante e um balanço exato entre as árvores e os prédios. Essa foto tem tudo para representar um dia feliz e agradável, exceto pelo fato de que ela foi tirada no meu trabalho, um dos principais motivos dos meus ~males da mente~. Puta merda, eu nem quero falar sobre isso. Emprego, responsabilidades e boletos pra pagar DESTROEM A VIDA DO SER HUMANO. Repassem.
Todas as fotos desse desafio realmente carregam um significado grande pra mim e eu duvido muito que tenha conseguido passar pra vocês a dimensão disso. Na minha cabeça, elas falam e representam muito além do que minha pobre escrita conseguiu expressar.
Mas é isso.
Não deixem de conferir o blog das meninas que participaram desse momento louco da criação do projeto (elas são ótimas fotógrafas, ótimas escritoras e ótimas pessoas).
Dia desses a Manu disse no Twitter que queria participar de um projeto fotográfico, mas não sabia qual e como isso ia acontecer. Depois de algumas replies com ideias aleatórias o 3 on 30 nasceu. O objetivo é postar 3 fotos com um tema definido, como um resumo de tudo o que aconteceu durante o mês com relação ao tema. O tema desse mês é desafio.
O tema da minha dissertação (que ainda não tem pergunta de pesquisa definida, PÂNICO) envolve mulheres em situação de prisão. Isso implica fazer visitas periódicas na prisão, ler sobre prisão e escrever sobre prisão. Acredito que o ato de pesquisa em si já é uma atividade pesada, mas tudo o que envolve violência contra a mulher me toca de um jeito muito pesado. Meu grande desafio é aprender a digerir isso tudo. E lidar com o ambiente acadêmico, que as vezes me parece mais inóspito do que a prisão que eu visitei.
Consegui tirar uns dias de férias ("""férias""") e fui visitar a minha avó. A casa dela é sempre uma loucura pra mim, que passo a maior parte do tempo sozinha e sou uma grande apreciadora do silêncio. Sempre tem pessoas, e visitas, e gritos e música e orações (muitas orações, muita missa, muito terço). Tudo isso me faz querer entrar dentro de um buraco e viver lá pra sempre. Tenho a impressão de que grande parte das pessoas associa a solidão à tristeza e a convivência com muitas pessoas à alegria. Minha associação é invertida. Ficar no meio de um monte de gente que fala muita coisa - e que espera muitas respostas - me deixa melancólica. E por alguma razão eu acho que essa foto capturou meu sentimento muito bem.
Um céu perfeito, com a quantidade perfeita de nuvens e a quantidade perfeita de sol. Uma leve brisa refrescante e um balanço exato entre as árvores e os prédios. Essa foto tem tudo para representar um dia feliz e agradável, exceto pelo fato de que ela foi tirada no meu trabalho, um dos principais motivos dos meus ~males da mente~. Puta merda, eu nem quero falar sobre isso. Emprego, responsabilidades e boletos pra pagar DESTROEM A VIDA DO SER HUMANO. Repassem.
Todas as fotos desse desafio realmente carregam um significado grande pra mim e eu duvido muito que tenha conseguido passar pra vocês a dimensão disso. Na minha cabeça, elas falam e representam muito além do que minha pobre escrita conseguiu expressar.
Mas é isso.
Não deixem de conferir o blog das meninas que participaram desse momento louco da criação do projeto (elas são ótimas fotógrafas, ótimas escritoras e ótimas pessoas).
01 agosto 2018
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fotografia /
lapsos
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Eu consegui sentir algo de cada foto, e a última é mais leve, embora seja de um lugar que não te faz bem emocionalmente. Espero que toda essa carga saia de ti logo
ResponderExcluirCom amor, ♥ Bruna Morgan ♥
Que fotos lindas! Essa última foi minha preferida!!!
ResponderExcluirTenho cinco meses para escolher um tema para meu tcc e já estou meio apavorada por não ter ideia do que fazer. A sua dissertação parece ser muito interessante com um tema tão complexo!
Beijos, Aline
Verso Aleatório
Eu adoro casa de Vó e bagunça hihi!!! Quero entrar no grupo também... Por favorzinho, adorei!
ResponderExcluirincrível teu tema de mestrado, muito pesado. ontem estava lendo algo sobre mulheres presidiárias no Carandiru, e seu papel no PCC.
ResponderExcluira cortina é muito casa de vó, as alegrias e desesperos de casa de vó que nem sempre combinam com a nossa alma. lembrei de lavoura arcaica e dois irmãos. recomendo filme, série e livros!
boa sorte no mestrado. imagino que é dificílimo. só não embrenhei nessas matas ainda pois não faço ideia de que tema abordar.
Poxa, mana. Acho que entendo bem esse sentimento, e tenho levado ele pra terapia: eu enxergo o mundo como um lugar perigoso, e projeto minha visão deturpada no mundo e nas pessoas. Então acabo tendo medo, sentindo incômodo de ver pessoas. Isso tudo eu descobri com a terapia, mesmo. E houve um momento da minha vida que eu tava fragilizada e não aguentava ouvir a palavra "responsabilidade/cobranças" que queria me suicidar real. Mas passa, sabe? Acho que a vida é um pouco disse: momentos bons, momentos ruins, e tudo bem. Hoje eu me permito até chorar com força em posição fetal, e logo depois penso em soluções. Mas primeiro eu me deixo chorar, me consolo, me abraço, e depois tento ver uma nuvem branca no meio do meu caos. Sei lá, acho que falei muito aqui, né? Mas é porque eu me idenfitiquei totalmente com teu sentimento :( embora eu também não consiga expressar isso com minhas pobres palavras, também, como diz tu <3 Fica bem, mana. Eu amei e amei vir aqui te ler. :)
ResponderExcluirUm beijo e força <3