Não importa o quão caricato ou estranho seja, se existe um reality show eu provavelmente vou assistir e gostar. Quem me segue lá no
twitter já deve ter me visto comentando algum episódio de Cake Boss, Muquiranas ou Cupom Mania; mas, na verdade, eu assisto muitos outros: Mundo Amish (um dos meus preferidos da vida), Chegou Honey Boo Boo - e os spin-offs, Mama June: Vida Nova e Mama June: Family Crises, 4 Mulheres e 1 Marido), Irmãos à Obra, Ame-a ou Deixe-a e muitos outros.
Para quem tem acesso à programação da TV fechada, o cardápio de realitys é gigantesco. Costumo assistir os que passam no TLC e no Discovery Home&Health, mas temos vários outros canais - se você for bem abrangente, dá para considerar que a maior parte da programação do Animal Planet é um reality show da vida animal. Mas, para quem vive no Brasil e só tem acesso à TV aberta a lista é bem mais limitada. A maioria dos realitys se concentram em temas bem batidos, como confinamento (BBB e A Fazenda), culinária (Masterchef e Bake Off Brasil) e música (The Voice, Ídolos e Popstars). Ocasionalmente aparece algo diferente e extravagante, como o Fábrica de Casamentos (vale a pena procurar alguns episódios no YouTube), ou um programa para humilhar pessoas (geralmente pobres), como o Esquadrão da Moda, mas nada muito inovador.
Vou fazer uma pausa aqui para lembrar do rolê maravilhoso que foi o lançamento da Casa dos Artistas no SBT - facilmente um dos melhores reality shows que já desfilaram na TV brasileira. No desespero para concorrer com o BBB, o senhor Sílvio Santos (que já era idoso naquela época) contratou uma empresa para "dar umas ideias" sobre realitys de confinamento. Aparentemente a ideia era importar algum formato (como a Band fez com o Masterchef, por exemplo), mas o Sílvio deu um golpe na galera: dispensou todos os formatos e não contratou a empresa, mas copiou tudo o que eles apresentaram e fez o próprio programa. O maior trunfo da Casa dos Artistas é que o Sílvio inventava as regras na hora: se uma pessoa que ele gostava fosse eliminada, ele anulava a eliminação. Alexandre Frota chegou a "pular o muro" da casa e fugir do reality, voltando três dias depois como se nada tivesse acontecido. Crème de la crème.
Enfim, o mundo dos realitys é como um poço sem fundo: você entra e não consegue sair mais. Fica aqui o aviso. Mas se você também pertence ao clube das pessoas que amam perder um tempinho na frente da TV - ou simplesmente deixam um conteúdo leve tocando como plano de fundo enquanto fazem outras coisas - vem comigo porque hoje eu trouxe algumas dicas de reality shows que você pode assistir na Netflix.
Blown Away (Vidrados)
Vidrados é uma competição onde dez sopradores de vidro precisam criar obras de acordo com o briefing apresentado pelos jurados. Sim, você não leu errado: sopradores de vidro! Confesso que ri com o mais puro deboche quando descobri esse reality - "soprar vidro? Hahahah olha o desespero da Netflix!". Acabei assistindo "pela piada" e não deu outra: paguei língua! A dicotomia entre a brutalidade das oficinas, o esforço físico que os artistas empregam e a delicadeza das obras de arte é hipnotizante. Os resultados são maravilhosos! Não existem palavras que eu possa usar para transmitir a minha admiração pelas peças que os competidores conseguem criar. Já me peguei várias vezes pensando "ok, quanto dinheiro eu preciso juntar para comprar essa peça?" - e desistindo logo em seguida porque, né? São peças de vidro, provavelmente caríssimas. De longe é o meu programa preferido dessa lista e eu imploro para que você assista!
Zumbo's Just Desserts
Zumbo's Just Desserts entra numa categoria de reality shows que eu amo: programas culinários australianos. O Masterchef Austrália é de longe o meu preferido (abraço pro Marco Pierre White e suas vieiras) e a cara do Adriano Zumbo não me era estranha justamente porque ele costuma fazer algumas participações por lá. A diferença entre o Zumbo's Just Desserts e os outros realitys culinários que focam em sobremesas (como o Sugar Rush, por exemplo) é que os pratos são verdadeiras obras de arte. Cada vez que a colher de algum dos jurados bate na sobremesa, quebrando ela em pedaços comestíveis, meu coração se quebra um pouquinho também (Já deu para perceber que eu sou apaixonada pela estética das coisas, né? #libriana).
Next in Fashion
Para te convencer a assistir esse reality eu só preciso citar dois nomes: Alexa Chung e Tan France. Sinceramente não entendo muito de moda, mas foi bem interessante aprender um pouquinho e ver as criações dos competidores (que também seguem um briefing preestabelecido). Ver como as pessoas conseguem se expressar através da moda usando roupas de brechó ou fast fashions já é um passatempo bem divertido, mas garanto que acompanhar todas as etapas de produção e entender o conceito por trás de cada peça é bem mais legal - mesmo para leigos, como eu. Infelizmente a série só tem uma temporada e a Netflix decidiu não produzir uma segunda.
Floor is Lava (Jogo da Lava)
Sabe aquele programa de TV que você assiste enquanto joga uma fase de Candy Crush ou vasculha o Twitter à procura de memes? Floor is Lava é esse programa! É uma mistura entre escape room,
esse clipe do The Strokes e aquela brincadeira em que as crianças ficam passando de um lugar para o outro sem pisar no chão. A cada episódio, três grupos de três participantes tentam cruzar um ambiente pisando na "mobília", escalando paredes e se pendurando em cordas enquanto um líquido vermelho vai cobrindo as superfícies e deixando o jogo mais difícil. O que mais posso dizer? É simplesmente divertido ver gente escorregando ao tentar pular de cara em uma mesa torta. O reality tem a energia das Olimpíadas do Faustão (e do jogo Fall Guys) e
spoiler: tem crossfiteiro perdendo para um grupo de patricinhas que se apresentaram como "especialistas em selfie". Simplesmente perfeito.
Nailed It! (Mandou Bem!)
No início da quarentena, as pessoas começaram a cozinhar por hobbie. Algumas se dedicaram e aprenderam a fazer um monte de pratos elaborados e deliciosos, enquanto outras queimaram tudo e renderam conteúdo para a página
@chefsnaquarentena. Esse segundo grupo representa muito bem o espírito de Nailed It!, uma competição entre pessoas que gostam, mas não sabem muito bem como cozinhar. A cada rodada, os participantes precisam imitar um bolo, cupcake ou outra sobremesa. O ponto alto de cada uma das rodadas é a comparação entre a expectativa e a realidade. O que eu mais gosto nesse programa é que os apresentadores são muito divertidos e, apesar de rirem muito da bagunça que os participantes fazem, eles sempre encontram pontos positivos para elogiar. Uma fofura.
The Big Flower Fight (Batalha das Flores)
Na semana passada, soltei uma "prévia" desse post no instagram e a
Andréa comentou lá dizendo que gostou muito de Batalha das Flores. Eu já tinha visto o card desse reality na página inicial da Netflix, mas não dei muita bola... Erro feio, erro rude. É impressionante o que os competidores conseguem fazer com as flores! Eles criam estruturas gigantes, com texturas e cores incríveis e fica até difícil acreditar que tudo ali é feito com plantinhas. Além disso, a dinâmica entre os participantes é linda demais! Apesar da rivalidade intrínseca à competição, eles se ajudam, se apoiam, se admiram... Maratonei todos os episódios no fim de semana e quase morri de fofura a cada episódio. Obrigada pela dica,
Andréa!
Espero que vocês tenham gostado do post de hoje e que esses programas deixem o dia de vocês um pouco mais leve, divertido e/ou inspirador. Comenta aqui embaixo se você já assistiu algum dos programas que eu indiquei aqui e qual o seu reality show preferido (aceito dicas!).